quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Hoje é o último dia de 2008 e acho que ainda não caí na real. Acordei tarde, como em todos os últimos dessa micro férias e, como sempre também, com a vontade de dormir as outras 12 horas que restavam pra terminar o dia. E pior... não acordei, me acordaram, com a péssima notícia que eu estava ilhado. Sabe Ilha? Um pedaço de terra cercado de água por todos os lados? Então. Eu, minha casa e mais alguns metros ao redor dela era o "pedaço de terra" do verbete. E SIM, existia água por vários lados o que impedia o meu contato com o centro da cidade, talvez aquilo que sobra de civilização por aqui, se aquilo pode ser chamado de centro, se isso aqui pode ser chamado de cidade, mas enfim... E ao contrário de outros anos anteriores, que eu até me animava em pagar de giguoga (plantas da beira do rio) e ficar olhando a água que subia ou abaixava, dessa vez continuei em casa, na minha bolha imposta, mas pelo menos com 4 pessoas mega amadas por mim (meu pai, mãe, irmã e Isabel, que já trabalha aqui em casa e atura as falações de italianos quase típicos a alguns anos). Falação essa que nem eu aturo muito, a não ser que eu esteja falando também, é claro. Éstá aí uma grande diferença entre morar "sozinho" e morar com família. Eu já me desacostumei com gente falando na minha cabeça sem que eu possa me trancar no quarto, sem ameaças de "vou cortar seu cartão de crédito" ou "você ainda depende da gente" ou a nova e péssima "vc está carioquinha demais". Isso só porque eu falo "casa de fulano" ou não uso artigos na frente do nome ou não me acostumo mais com isso aqui. Tudo bem que é péssimo pegar sotaque, depois de três anos e meio, mas sei lá, talvez eu seja influenciável, ou antes de mudar pra lá eu não tinha um jeito de falar muito definido. Só sei que é maior que eu e acabo falando. Agora preciso ir, porque estão me apressando para ir pra casa DE vó Lecy. Mamãe (sem o "a" na frente) e papai (sem o "o" na frente também), acho que também querem fugir da bolha ou pagar de giguoga em alguma esquina beira rio por aí. Simbora meu povo que abriu passagem.
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os pais são a representação do absurdo.
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