Eu tenho medo. Talvez seja o sentimento que mais me acompanha agora, mais do que a paixão. Aliás, é essa tal paixão, é exatamente percebê-la, presente e crescente, que me faz mais ainda ter medo.
Talvez eu seja meio piegas e até repetitivo nesse post. Na minha última postagem aqui, eu me encontrava exatamente como estou. Sim, sem medo, mas apaixonado. E eu não tenho mesmo a mínima vergonha de estar assim de novo. Mesmo que tudo acabe quando eu virar a próxima esquina e eu entre na viela mais perto pra chorar, sozinho, minha dor de ter amado errado.
Mas se um dia eu disse aqui que tudo o que eu via me fazia pensar num certo alguém, hoje, tudo que eu vi, li, ouvi, já me deixou na mente uma outra imagem, um novo alguém.
Amar é assim, né? Sempre me falaram que a gente não ama a vida toda o mesmo alguém e eu, bobo, nunca acreditei.
Eu desejo aqui, ao outro alguém, toda a sorte do mundo. Eu concordo, talvez só pra te doer menos, que eu não merecia ter sido amado por você. Mas eu adorei te amar. De verdade. Você arrancou de mim belas palavras, intensos sorrisos e uma raiva, uma dor tão grande, que foi até legal senti-las, só mesmo pra perceber que eu não era ileso a isso.
Mas a vida continua, eu já ando por outros cantos, já não pego mais aquele ônibus, nem toco aquela mesma campainha. Eu já nem te espero mais, batendo na minha porta e fazendo língua pra mim, pelo olho mágico. Mas não se sinta mal com isso. Eu ficaria feliz de saber que você já ama outro. Você é tão bom de ser amado e, algumas vezes, ama tão direitinho também, que esse privilégio nunca poderia ser só meu.
Mas enfim... eu não entrei aqui pra falar de você ou com você, mas não consegui escapar. Você já faz parte da minha história. De momentos trágicos dela, inclusive...
Mas virei a página. Na verdade, mudei o livro. É chato olhar pra cabeceira e ver a mesma capa ali, repousada no criado mudo, com o marcador chegando no final... Eu não sei se o livro que leio agora é uma daquelas trilogias, gigantes, ou esses contos de fada que eu lia quando pequeno, mas sei que o início é ótimo e que há tensões em meio aos parágrafos.
Mas eu ainda tenho medo. Medo de amar errado. Mas eu amo esse meu jeito de nunca ter medo de me entregar. Quando o final chega, cedo ou tarde, me conforta saber que atuei bastante nas páginas que se passaram.
É isso... eu sei que talvez vocês leiam isso um dia. Sim, vocês, bem assim no plural. A você, o meu eterno amo pelo tempo que se foi. A você, deixo aqui registrado a vontade de te ter por perto, muito tempo ainda. Eu já gosto de você...
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